Olá de novo...

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade

Por motivos de força maior, a actualização deste blogue deixou de ser possível durante um tempo demasiado longo e apesar de não ter sido possível de forma alguma proceder de outro modo, mesmo assim, quero aqui deixar o meu pedido de desculpas a todos os que diligentemente têm vindo a acompanhar e apoiar o nosso trabalho.

No entanto, a boa nova é que foi apenas o blogue que esteve parado. A Obra continuou e há muito para contar!
A maior de todas as notícias é que o edifício do Posto de Saúde Maternidade está construido. Estamos a estabelecer contactos e a trabalhar no sentido de inserir este posto no Sistema Nacional de Saúde Moçambicano, como forma de garantir a sua sustentabilidade no futuro. Falta ainda equipar e colocar em funcionamento, mas já foram garantidos os meios para estas etapas.


Além disso, estabeleceu-se com a Associação Sal, Luz, Saúde uma parceria, através da qual um grupo de voluntários está em formação para Agentes Polivalentes Elementares de Saúde. Este grupo é constituido por pessoas de Nkholongue e das aldeias vizinhas e está organizado por forma a que eles próprios consigam garantir, autonomamente, o funcionamento do posto de saúde ao nível dos cuidados de saúde primários.

Foi ainda criada uma Casa Comunitária com as seguintes valências:
  • aulas de português e de inglês e alfabetização de adultos.
  • Biblioteca, a única nas redondezas, com livros que nos têm vindo a ser oferecidos, os que conseguimos fazer lá chegar até ao momento.
  • dinamização da economia local através do empréstimo de ferramentas agrícolas, de carpintaria e de construção.
  • centro de de Artesanato;
  • campo experimental de agricultura.


Também por cá houve movimentações e trabalho, de que vos darei conta logo que possível.

Agradecemos mais uma vez a todas as pessoas de Portugal, Inglaterra e Alemanha que continuam a apoiar este trabalho.
Bem hajam

Jantar no Salão Paroquial do Bordalo a 29/05/2010 pelas 20h

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade

 Vai realizar-se no próximo dia 29 um jantar de angariação de fundos e iniciativa de um grupo de amigos desta nossa causa, para o qual apelamos a mobilização de todos os sócios, amigos e simpatizantes. As palavras da Alma Mater desta iniciativa, a professora Ana Maria Roque “Estou empenhada em ajudar na construção e apetrechamento da escola e hospital numa aldeia de Nkholongue em Moçambique, perto do lago Niassa” falam por si.


Preço do jantar: 5 €
Pré-pagamento
... mas se não poderem ir paguem na mesma!!!

BALADA POR MOÇAMBIQUE

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade

Mãe
Maningue chuva
Já não sei chorar

Filho
Não é nada
São lágrimas
Que sobraram do sonho

Tio
Maningue vento
Já não sei voar


Filho
Não é nada
São estrelas
Que sobraram do sonho

Maningue frio mãe
Já não sei dormir

Não é nada filho
Dorme aos pedaços
Agasalha-te no sonho

Amanhã filho
Maningue chuva de pão
E os machimbombos serão navios
Carregadinhos de peixe

E as minas mãe

Serão maningue no céu


Dorme filhinho


(Nota: maningue = muito; machimbombos=autocarro, ônibus)


António Barbosa Topa

Antonio Barbosa Topa nasceu no Porto em 1948. Exilado em França em 1969 ,e militante activo contra a guerra colonial.

Posto de Saúde de Nkholongue

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade

Estes tijolos fazem parte dos 25.000 produzidos pela população em regime de voluntariado

Como podem ver pela fotografia, o Posto de Saúde continua a ser construído a bom ritmo. As paredes mestras já estão de pé e as divisões começam a ganhar forma.
Amanhã, partirão para Cobué, vila do norte do país, dois voluntários de Nkholongué e dois de Malango para iniciarem a formação como Agentes Polivalentes Elementares de Saúde, que terão mais tarde a responsabilidade de gerir a unidade e prestar cuidados de saúde às populações das duas aldeias bem como das aldeias vizinhas.
Esta formação está integrada num projecto de sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde de Moçambique.

Inauguração da Casa Comunitária

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade

A Casa Comunitária foi inaugurada hoje. Este espaço, aberto às populações de Malango e de Nkholongue, tem como objectivos facilitar o acesso a actividades culturais e promover a convivência social. Será aqui, que ficarão à disposição de todos ,os livros, jogos e outro material didático,que conseguimos através da nossa Associação fazer chegar a Moçambique.
Como se tem desenvolvido nas aldeias algumas experiências de trabalho artesanal com resultados palpáveis, este centro integrará também uma componente de exposição e venda ao público que visita a aldeia.

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade


February 7

It´s 18.30 and I´m in my house for the first time since I got up at 5 a.m. A little bit of luxury – a table fan I’ve taken from the lodge to prevent sweat pouring down onto the keyboard. My present house ( I left the last one partly because I haven´t got José Luis to hunt rats) is one of the lodge cottages. One room with a loo and wash basin in the bathroom and an outside shower heated by solar panels. I´ve organized a working space from 2 tables made by the carpenters here. I have lots of films and music with me which should last a few months.

Since I´ve been here we´ve had only one night of downpour. I woke up in the night with rain pattering on my face – a wonderful sensation. People here are so used to constantly fixing their straw roofs that mine was made waterproof in no time at all by António, who is the head carpenter here. There has been a shortage of rain in January and the maize, planted in late December, is drying in the fields. If we don´t get good rains in February, people will be hungry. I don´t think anyone in this village will starve because there´s money around – Maya, the owner of the Lodge, employs 25 people. But the price of maize is rising in Metangula, our nearest small town.

The health centre project is going better than ever I hoped. By the end of March we´ll have the walls built, tin roof erected and floors laid. Even more important, we have 4 volunteers chosen by the health commission to be trained to diagnose and prescribe medicines for some common infant diseases and, of course, malaria. Their training will be ´free´and this comes about as a result of a series of beautiful synergies. Some time ago I met a British doctor, Peg Cumberland, who runs a volunteer based project in the north of our district, right up to the Tanzanian border. When my niece, Dr Nandi Simpson of UC London, told me of small grants from the UC Global Health Institute, I contacted Peg and now the 2 are working together to design a project to evaluate the community generated data from her project (Salt, Water and Health)which suggests that infant mortality has been reduced by 50% for a cost of 3-5 $ per capita. Also our 4 volunteers will be trained by the project. We´re also working with a Portuguese NGO with much experience of health projects in Moçambique and hope that a submission will go the EU this year to build more hospitals here, train salaried staff and support volunteer initiatives.

The construction of the health centre has its challenges. We are working with a man (not from our village) who has already been responsible for the construction of many health centres. When he arrived there was some hostility to him from some of our volunteers because they thought he would be paid money which should stay within the community. He became very anxious and told me that he could be bewitched and lose his life. After a meeting of the Health Commission he was persuaded to stay and now seems to be working well with the Commission and the volunteers. The other big challenge is for me not to be drawn into decisions which should and can be made by the Health Commission. People constantly come to me to ask to change their shifts, to organize the work differently, to complain about the behaviour of others. I´m learning how important it is to stay out of it –even when I might think that my ideas are ´better’.

I can´t emphasise enough the importance of supernatural beliefs here even on the part of people with some education and experience of the outside world. I think I can get my head around this by remembering that many or even most of us can live with more than one belief system. I just have to think about the huge power of astrology in western Europe. However, what´s different here is that people often believe that they can be bewitched to death.

Swimming is a bit less relaxing than it was because crocs have started to swim by. As far as I know, no-one in the village has ever been harmed by one, but, of course, I have a good bit more fat to tempt a croc than the average person here. Anyway, I´m very careful and only swim where there are people around on the basis that they´ll spot anything and let me know. (Actually the people are usually looking at me because foreigners are so very rare here.)

In November someone robbed 5 solar panels from Maya at the Lodge. She (and I) are trying to persuade the community that they must find out who is responsible as it´s very difficult to run a business without a bit of trust. (This lodge, unlike many, is right on the edge of the village and has no walls or fences so good relations are the basis of everything). The rumours and complications are enough to fill 2 volumes of the best crime / spy novels. Someone yesterday told me how he´d gone to a nearby village at night to look around for the panels. His ´cover´was that he´d gone on a drinking expedition. His account of his time in the ´bar´ - he even bought himself a drink, which he left in the sand untouched, had me on the edge of my chair with suspense. Witchcraft is also possibly involved in the saga as one of the suspects is the local healer who has some very strong magic. This is disappointing for me as he was an active member of the village Health Committee and seemed very interested in learning more about ´western´medicine and sharing his knowledge of local plants and herbs. Despite the fact that Maya has offered 10,000 mt. for help in finding the panels (roughly equivalent to 5 months min. salary) nobody has come forward and it may be that they fear bewitchment more than they want this large sum of money.

At the moment the School Commission is planning to rent a small house in the village as the basis for a little library and a centre for meetings, handicrafts and classes. The suggested rent is 3 x the usual rent in the village so I have to start over again to explain that a community facility is not about people making profits. I have about 100 books here to begin with and we have many hundreds more in Portugal awaiting transport.

A big thank you to all those people who are supporting our project. 100% of your money goes directly to pay for construction materials and volunteer expenses. There is no 10% administration charge! The School Commission wants to give the youngest children a mid morning snack and we are investigating this at the moment and thinking of ways to raise money. Any suggestions very welcome as always.

Good wishes to everyone.

Clare

Noticias da Clare

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade


3 De Fevereiro 2010 Nkholongue


Aqui na aldeia a vida é ‘um pouco normal’. Esta é a expressão que a comunidade utiliza quase sempre para se exprimir. A nossa obra – o Posto de Saúde – é a minha principal preocupação. Temos uma equipa de voluntários que estão a transportar água, areia e pedras, normalmente à cabeça, mas eu apoio sempre que posso com o carro. Cada voluntário recebe 70 meticais por dia para comprar comida. Já escavámos todas as fundações e enchemos com pedras. Chegou na sexta-feira um pedreiro, o Sr. Manuel, que já tem muito experiência ao nível da construção destes edifícios. Ele vai orientar os trabalhos e fiz um contrato com ele para construir as paredes, fazer o chão e colocar as chapas no tecto ,até o fim de Março. Contudo, tudo isso dependerá da existência de cimento em Lichinga. Há sempre falta durante a época chuvosa porque os comboios de Nacala são menos frequentes. Quando chegou o Sr. Manuel a equipa não o quis aceitar. Disseram que ia roubar “o nosso dinheiro”. O Manuel disse-me logo que teria que ir embora porque tinha conhecimento de casos em que os trabalhadores impostos tinham falecido devido à feitiçaria. Convoquei uma reunião da Comissão de Saúde e, depois de um grande debate, tudo foi resolvido e o Manuel ficará connosco pelo menos 2 meses.

Esta semana escolhemos os 4 voluntários que se vão formar como Agentes Polivalentes de Saúde em Cobué (uma vila que fica a norte perto da fronteira com a Tanzânia.) O processo de selecção foi difícil porque a tradição aqui é distribuir o trabalho às famílias mais importantes e não necessariamente às pessoas que mais mereçam. Os 4 voluntários têm que saber ler e escrever Português e manifestar um espírito comunitário.

Actualmente há grande falta de comida na aldeia. Felizmente muitas famílias têm alguns meticais para comprar milho no mercado em Metangula, apesar do preço estar a subir cada vez mais. Isto é frequente no fim do ano, antes da próxima colheita. Mas não há boas perspectivas para o novo ano. Em Dezembro e Janeiro houve grande falta de chuva e o milho está a secar nas “machambas”. Desde que cheguei tem estado um calor insuportável. Até a temperatura da água do Lago Niassa ultrapassa os 30 graus. Ao fim do dia costumo nadar no Lago e os lindos peixes tropicais são a minha companhia. Felizmente que já não há crocodilos!

4 de Fevereiro 2010

Ontem à noite choveu muito! As plantas estão todas contentes. A janela acima da minha cama não tem vidro, só rede mosquiteira e acordei com a sensação agradável da chuva a pingar na cara. Hoje há melhores perspectivas para comprar cimento mesmo que o preço seja bastante elevado.

A nossa escola anda melhor este ano. Agora temos 4 professores dos quais 2 são mulheres. Temos que persuadir os habitantes da aldeia de que vale a pena mandar os filhos às aulas. Isto não é fácil porque a escolaridade não tem vantagens óbvias. No país há muito pouco emprego mesmo para pessoas com a 10ª classe. Faz mais sentido mandar os miúdos apanhar peixe para alimentar a família.

Enviarei fotos da construção do Posto de Saúde logo que for possível.

No entanto muitos agradecimentos a todas as pessoas que estão a apoiar o nosso trabalho.

Clare

Construção do Posto de Saúde de Nkholongue

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade


A Clare regressou a Moçambique no dia 15 de Janeiro, após uma curta estadia em Portugal e Inglaterra para matar saudades dos amigos e familiares. Simultaneamente desenvolveu uma activa campanha nas escolas de Lordemão e Sta Apolónia, nos escuteiros e junto da população civíl em Coimbra e Cumbria (Reino Unido).

Graças a este trabalho de divulgação reuniu-se alguns fundos para iniciar os trabalhos do Posto de Saúde, tendo garantido meios para os próximos três meses de construção.



Esta é a equipa de Nkholongue e Malango que no dia 18 de Janeiro deu as boas-vindas à Clare e com a qual vamos colaborar na edificação e dinamização do Posto de Saúde.Este grupo já começou a sua formação em Setembro de 2009, frequentando um curso de Sida/Planeamento Familiar e outro sobre os perigos da Bilharziose.
Os tijolos necessários à edificação deste Posto de Saúde foram efectuados durante os últimos meses de 2009 tendo estas duas aldeias mobilizado mais de 100 pessoas na sua fabricação. Desde que chegou a Clare os trabalhos iniciaram-se com grande dinamismo tendo-se já terminado as fundações.

Feliz Natal

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade



A A.N.P.A. deseja a todos os amigos um Feliz Natal, com Paz, amor e Muita Saúde!

Queremos deixar uma palavra especial de agradecimento a umas cianças muito especiais, cuja motivação e apoio nos deixa muito sensibilizados. Referimo-no aos meninos e meninas agora, da Turma 3 do 2º ano da EB1 de S. Apolónia em Coimbra, autores do livro Poemas do Avesso. Estes meninos, com a liderança da Professora São, são para nós uma fonte de inspiração constante. 
No seu mais recente gesto de carinho, escreveram "Cartões de Natal, para os nossos amiguinhos de Niassa"! 
Bem-hajam!

Jantar n'A Portuguesa

Publicada por Associação Niassa Portugal Amizade


O tão esperado jantar de boas-vindas aos nossos amigos Clare e José Luís, n'A Portuguesa, cumpriu integralmente as expectativas. Os quinze comensais foram brindados com um jantar delicioso, findo o qual os nossos voluntários tomaram a palavra, para agradecer a presença de todos e dar testemunho do trabalho que desenvolveram nos oito meses que estiveram em Moçambique. Esther e Andreia também partilharam a sua experiência e, com um brilho no olhar, contaram do quanto esta as emocionou. Seguiu-se um espaço aberto a perguntas e a troca de ideias.

As Portofolk brindaram-nos com a sua música e a todos deliciaram com a cumplicidade e alegria que transmitem.  No final, a pedido, tocaram a famosa música "Eu tenho muita água" que compuseram para as nossas crianças.
Estava previsto terminarmos com um leilão, que resolvemos adiar, por sentirmos que não era o momento. Fica aqui o comprometimento de um evento no qual o leilão será o momento alto. Para leiloar temos, oferta de amigos:
- gravura do Livro “Poemas do Avesso” da autoria dos alunos do 2ª da EB 1 Santa Apolónia - Coimbra, oferta desta turma
- serigrafia do Pintor Mário Silva
- telha pintada à mão